Trio Vertente - Chapéu de Palha

Completou dezoito anos era tudo que queria
E de bem poucos sonhos fez sua estirpe de peão
Lá no fundo da invernada um pingo e a gadaria
E abriu uma roça nova pra fazer a plantação

Com as mãos cheias de calos contrastando a singeleza
Das pilchas já bem puidas mas o orgulho estampa na testa
E a cada vitória alcançada mandava embora a tristeza
Dos dias sofridos no campo transformando tudo em gesta

Esta é a história de um taura que marcou seu próprio trilho
Chapéu de palha na mão hoje contempla o sem fim
(Miro seu baita exemplo e me alegro em ser seu filho
Ele abriu mão do seus sonhos
E construiu sonhos pra mim)

Os olhos firmes no horizonte indicavam o caminho
E a testa vincada dos anos preparando pra batalha
De trincheiras feitas de arado e semeadas com carinho
O seu único descanso na sombra do chapéu de palha

Assim passaram-se os anos deus lhe deu uma companheira
Naquele ranchito tosco repleto de amor e beleza
Ali criaram seus filhos e foi amor de vida inteira
E aquele ambiente amoroso transformou-se em fortaleza

(Chapéu de palha na mão
E construiu sonhos pra mim)